2012-05-28

M22 - F.E.P. Amigo e Camarada
Amigos, companheiros de armas,
Informação muito sentida.
O nosso muito estimado amigo, Alberto Sousa Vieira, Cabo Enfermeiro-Especialista, da cart3539, faleceu após doença prolongada.
Será sepultado no cemitério de SENDIM  - Matosinhos. ás 15 horas de amanhã  29/MAIO.
Enorme amigo, sempre presente, sempre alegre, irei, iremos, sentir a sua falta

Henrique de Jesus

2012-05-27

M21 - A maior desgraça de uma nação pobre
"A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza produz ricos.
Mas, ricos sem riqueza.
Na realidade, melhor seria chama-los não de ricos mas de endinheirados. Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que o tem. Porque na realidade o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos". Aquilo que têm, não detêm. Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. é o produto de roubo e de negociatas".
Mia Couto
Azevedo

M20 - SPT

A Associação de Apoio aos ex-Combatentes Vitimas de Stress de Guerra (APOIAR), está a desenvolver um inquérito, a nivel nacional, com o objectivo da avaliar os conhecimentos e a informação que a população portuguesa tem sobre o stress de guerra , quais os apoios existentes, qual o papel do Estado nesta temática.  A tua opinião é fundamental, para melhorar o trabalho e a intervenção que a APOIAR desenvolve, pelo que, pedimos a tua colaboração
Podes preencher o inquétrito no seguinte ligação


Reenvia também a todos os teus contactos
APOIAR – Associação de Apoio a ex-Combatentes Vitimas de Sress de Guerra
Rua C, Lote 10,  Loja 1.10 – Piso 1,  Bairro da Liberdade 1070-023 Lisboa
Tel: 213 808 000 | Fax: 213 808 009 | e-Mail: apoiar.stressdeguerra@gmail.com
VIsita o novo site da APIOAR em http://sites.apoiar-stressdeguerra.com/
Azevedo

2012-05-26

M19 - O longo braço da PIDE 
Conheci o Luis na FCL, era ele na altura finalista do curso de matematica. Para além das qualidades primordiais num espirito matemático, imaginação e força lógica tive a oportunidade confirmar nele um excecional  poder de abstração e a capacidade invulgar  para entrar em profundas meditações; mas nos intervalos o Luis era sempre o amigo que ajuda amigo, numa disponibilidade e afabilidade impares.
Um dia, em que como dizia, circulava na Duque de Loulé, em Lisboa, parou para ver passar uma manifestação de universitários, em correria, à frente de uma carga da Policia de Choque. Em circunstancias similares, parar era meio caminho para ser detido e de facto, ele acabou em Caxias, depois de uma curta passagem pelo Governo Civil
Quem o conheceu, não pode deixar de sorrir, ao imaginar o que seria  comportamento do  Luis durante um interrogatório policial …  e a reação dos esbirros.
O espirito mesquinho impos-se e o Luis, então já licenciado em ciências matemáticas, viu-se num ápice incorporado no exército, como soldado básico e com guia de marcha para Angola
Foi assim que, uma tarde no Luquembo, caio de espanto quando o vejo derreado pelo peso da mala, a percorrer a avenida principal.
Um abraço e paramos no café para uma bebida. Peço a um camarada que regressa a quartel que avise na oficina, para me virem buscar numa viatura ligeira. Seguimos e depois da apresentação e de instalado, vamos conforme combinado jantar ao civil; com mais camaradas,  que decidem tomar a refeição fora do quartel, somos cinco.
É um convivo alegre e bem disposto, que se prolonga pela noite dentro.
No dia seguinte, como quem não quer a coisa o Cmdt pede-me a confirmação do jantar de véspera e começa um discurso divagante,“recomendando” que não insita em «convivios” particularmente com o Luis,  que de facto está de passagem; e que não menos importante, estava sob a alçada da PIDE.
Nessa tarde apanhou um boleia do civil, com destino a  Malange.
Calha no dia seguinte um grupo da ação psico social, a actuar num aldeamento próximo,  comunicar que existe forte suspeita de estar perante um possivel surto de paralisia infantil (PI).
Já passava das 17 horas, estavamos naquela impasse de nada para fazer até à  hora do jantar e vai dai, sai a ambulância, Unimog 404; conduz o Sampaio (mecânico auto), ao lado o médico Dr Peixoto e contando com este escriva estão ainda mais 3 alferes.
Chegados, o médico confirma a suspeita de PI e  estabelece um plano de contingência  e no final ainda dá ainda uma consulta a uma jovem parturiente em inicio do trabalho de parto, mas com prolapso de braço, pelo que recomenda a evacuação para o hospital de Malange
A ambulância segue então na hora, para Malange; a jovem deitada atrás na maca e no banco da frente,  eu o Amaral e o Sampaio
Depois de uma viagem mais ou menos acidentada, o que incluiu uma travessia noturna de uma linha de água, em jangada, chegamos ao hospital; entregamos a parturiente e fomos em busca de alojamento, quando já faltava um par de horas para nascer o sol.
Cerca das 11 horas, estavamos prontos para regressar, mas claro depois de um almoço reconfortante. A caminho do restaurante descubro o Luis ... a circular e  vamos todos para o rancho.
Almoço rápido,mas selectivo; no final despedidas  breves, mas mais uma vez sentidas.
O regresso por estradões já conhecidos e em razoável estado de conservação, permitiu-nos chegar ao Luquembo, ainda dentro do horário de expediente, para justificar deslocações, os  atrasos e assim.
No dia seguinte, surpresa:  ainda não eram 9h00m, já estavamos convocados para o gabinete do CMDt, que queria que lhe confirmassemos que, contrariando ordens expressas, tinhamos almoçado com o Luis, e ainda o nome dos oficiais que estavam à mesa (era o relatório pidesco na hora)
Lá tivemos que efabular que o Luis já se encontrava no restaurante e que, na pressa, não dava para  ir para outro, para  além de que não tinhamos a certeza se a mesa do repasto era comum ou eram duas muito próximas.
Mais disse logo de rajada o Amaral: “.. e o bufo que lhe disse do restaurante que lhe diga o nome dos oficiais”
Grande Amaral! pensei no meio do silêncio sepulcral que se seguiu; vi a coisa muito mal parada. Naquela fase da comissão o Amaral, manhã muito cedo, já estava com carga para dizer coisas  muito mais profundas. Inteligentemente, o Cmdt deixou a conversa por ali. E ninguém lhe levou a mal, ou no seguimento passou a ter por ele menos consideração. Pelo contrário.
Mas mais importante que refletir sobre o relacionamento hierárquico, é que esta colecção de pormenores, esta estória, demonstra quão extenso era o braço de PIDE.
E, se em Angola pouco dela vimos, na prática ela estava lá, e vigiava, controlava e torturava como cá. Tinha o cobertura da  autoridade militar, porque a vertente dita de recolha de informações que era assegurada lhe  interessava; o ou os métodos nunca vi questionados de forma explicita.
Tentarei, proximamente reportar outras situações destas natureza.

azevedo


2012-05-20

M18 - Registos do Bart3881 no fio
O Joaquim Braga remeteu este trabalho com fotos da unidade
Vale a pena ver passar a "roupa" toda
Azevedo

2012-05-19

M17 - Responsável pela incorporação a 2jun2012 
Temos aqui o responsável maior pela nossa invasão do R.A.5 (ex-RAP2), quando raiar o dia 2jun2012.
A edição da fotografia, visa facilitar o reconhecimento do lider.
Perdoem-me um último esclarecimento: o ar blasé do Fontes é o perfeito contraponto do ar rejuvenescido do rodado do óbus, consequência do bom trabalho de restauro do Germano Neves e de pintores afoitos, penso que o Américo e um outro camarada do PelSap
azevedo

2012-05-17

M16 - Filhos da guerra
"faz-nos acreditar que tudo aquilo com que nos preocupamos é patético", como disse um dos membros do júri.
Admirem sem reservas ... e considerem o que sentirem, uma homenagem a todos os filhos da guerra



John would have been proud of you
azevedo

M15 - HISTORIA DO REGIMENTO DE ARTILHARIA DA SERRA DO PILAR

BREVE RESENHA HISTÓRICA




Primitivamente monte da Meijoeira, ou serra de Quebantões,  a sua construção remonta ao ano de 1140, ordenada pelo Bispo do Porto D. Robaldio, albergou até princípio do século XIV, o convento das Monjas Emparedadas, com invocação a S. Nicolau.
Posteriormente desabitado por falta de vocações femininas, que desejassem cumprir as cruciantes penitências usadas nesta casa, foi-se degradando, sendo necessário efectuar grandes obras de adaptação, para recolhimento dos Monges de Grijó, sendo a primeira pedra destas obras, benzida em 28 de Dezembro de 1537 pelo bispo Baltasar Limpo.
A Igreja de arquitectura circular, única no País, (que parece, mas não é, Templária), visitável pelo exterior, foi construída em 1678 e é dedicada a N. Snrª do Pilar.
Militarmente, este quartel, desempenhou importantes papeis.
Estrategicamente situado na margem esquerda do Douro e sobre a cidade do Porto, aquando da guerra civil que opôs Liberais e Miguelistas, apoiou D. Pedro IV, tendo ajudado os portuenses a resistirem ao cerco do Porto, que durou mais de um ano.
Inúmeros Gaienses, aliados de D. Pedro, comandados pelo General, José António Silva Torres Ponce de Leon, defenderam este reduto, ganhando em 14 de Outubro de 1832 a 1ª batalha sobre os Miguelistas, não tendo contudo impedido que a Igreja tenha sido fortemente danificada pela artilharia inimiga.
O quartel desempenhou também um forte e decisivo papel durante as invasões francesas, albergando as tropas britânicas do general Arthur Wellesley, mais tarde Duque de wellington, que aqui combateu as tropas francesas do general Soult, obrigando-as a retirar para Espanha. A ajuda Britânica foi decisiva e de primordial importância, sobretudo aquando do desastre da ponte das barcas, onde apesar do seu apoio, perderam a vida mais de 4.000 portuenses.
Por todos estes feitos, a cidade do Porto ficou conhecida como;

Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta.

Antiga; porque já existia no tempo dos Celtas e portanto, já mesmo antes do Condado Portucalense;
Mui Nobre; porque os portuenses deram toda a carne dos seus animais de pasto e criação, para alimento da marinhagem que partia nas naus e caravelas, para as campanhas dos descobrimentos, e bem assim, embora noutra fase, como já haviam feito, para alimento das tropas Afonsinas, que cercavam os mouros em Lisboa, ficando apenas com as vísceras, com o que, as mulheres do Porto, aprenderam a confeccionar as deliciosas tripas à moda do Porto, o que lhes valeu o Muito Honroso nome de Tripeiros;
Sempre Leal; porque quando da guerra civil, entre Liberais e Miguelistas, o povo do Porto, nunca virou a casaca. Sempre apoiou D. Pedro IV. Foi aliás em reconhecimento desta lealdade que D. Pedro, ofereceu o seu coração à cidade, onde está depositado na Igreja da Lapa.
Invicta; porque nunca foi vencida. A primeira vitória remonta ao tempo dos Celtas na antiga Calle – hoje Porto, contra os romanos.


Fontes


2012-05-14

M14 - Exilados em casa
Há uns 4 anos, um amigo  da UNL,  ofereceu-me um  paper do Centro de Estudos de Etnologia, que abordava um tema  que, dizia, me interessava; li e guardei-o, na convicção de que voltaria para novas leituras.
O que aconteceu mais ou menos recentemente, parecendo-me no final, que mereceria uma maior divulgação.
É uma reflexão interessante sobre  as  ideias força da representação colectiva nacional, no período da guerra colonial; e  também sobre a estranheza dos veteranos em relação ao pais para o qual regressaram, no pós guerra.
Mas, antes lê-lo …  de seu titulo: (clicar): Exilados em casa - os veteranos da guerra colonial e os limites da Nação


azevedo                                                                               (deve ter instalado Adobe Reader)

2012-05-13

M13 - Vi muita coisa
"Se eu quisesse, enlouquecia. Sei uma quantidade de histórias terriveis. Vi muita coisa, contaram-me casos extraordinários, eu próprio ... Enfim, às vezes já não consigo arrumar tudo isso. Porquê, sabe?, acorda-se às quatro da manhã num quarto vazio, acende-se um cigarro ... sobre a cadeira, ganha um volume impossivel, a nossa vida ... compreende? ... a nossa vida , a vida inteira, está ali como ... como um acontecimento excessivo ... Tem de se arrumar muito depressa. Há felizmente o estilo. Não calcula o que seja? Vejamos: o estilo é um modo subtil de transferir a confusão e a violência da vida, para o plano mental de uma unidade de significação. Faço-me entender? Não? Bem, não aguentamos a desordem estuporada da vida. E, então pegamos nela, reduzimo-la a dois ou três tópicos que se equacionam. Depois, por meio de uma operação intelectual, dizemos que esses tópicos se encontram no tópico comum, suponhamos, do Amor ou da Morte. Percebe? Uma dessas abstrações que servem para tudo. O cigarro consome-se , não é?, a calma volta. Mas pode imaginar o que seja isto todas as noites, durante semanas ou meses ou anos?!  
Herbert Helder, Os Passos em Volta (2001)
Azevedo
M12 - Hipogrifo

Apontamento sobre as múltiplas competências do grifo:
Um hipogrifo é uma criatura lendária, supostamente o fruto da união de um grifo e uma égua.
Como um grifo, ele tem cabeça de águia, patas munidas de garras e asas cobertas com penas, sendo o resto do corpo o de um cavalo.
Este estranho animal surge em várias obras:
é referido nas Lendas de Carlos Magno, de Thomas Bulfinch;
nos poemas de Orlando o Furioso, de Ludovico Ariosto;
na série de jogos Warcraft, surge como unidade voadora dos Night Elves, em Warcraft III, e como transporte de jogadores, em World Warcraft;
em vários livros da série Harry Potter;
ainda no filme Harry Potter e o Cálice de Fogo, surge o hipogrifo Buckbeak ou Bicuço, propriedade de Hagrid e amigo de Harry.
Já mais próximo de nós, um artista da areia, escolheu a figura do hipogrifo, para o trabalho que apresentou, em 2010, no Fiesa 2010, no Algarve, com o resultado final que atesta a figura seguinte


 [Amabilidade do blog umraiodeluzefezseluz.blogspot, projecto do  António Manuel Santos (veterano da Guiné)]

Azevedo

2012-05-10

M11 - A um grande Amigo

"Meu grande sacana que partiste sem avisar"
Falavamos assim desbragadamente, sempre que não havia  ouvidos de terceiros que se atrevessem a  concluir que havia menos respeito.
Não vai voltar a acontecer. Um dos porventura,  mais simples e humilde dos nossos verdadeiros  amigos, deixou-nos em janeiro passado. Soube há algumas horas, através de uma mensagem do Fontes.
Conhecemos-te, como ser humano, exemplo de paciência, disponibilidade e joviabilidade; por vezes abusamos da tua quase ingenuidade.
Acima de tudo, acredito que a jornada de África, ajudou a caldear a tua  autenticidade, expressão última de um ser humano, em busca do justo equilibrio entre  qualidades  e  defeitos, e que, como afirmavas,  tentava cumprir
Depois de Angola, falamos pouquissinmas vezes
Talvez na primeira  que nos encontramos, louvei-te no cumprimento, a mão firme e calejada; disseste com orgulho que estavas a ajudar os teus velhotes, a fabricar a terra.
Com os anos a passar, fui sabendo de ti, nos encontros, em que foste sempre recordado com amizade e saudade
Um dia, confirmaram-me a grande opção da tua vida, a de não fugir de uma paixão. De um turbilhão, que se adivinhava, de emoções indomáveis e terrenas, das que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos e soluços. Opção segura e convicta, terá sido, companheiro.
Neste momento de grande mágoa, recordo ainda e mais uma vez, a noite de 6 de maio de 74, em que estivemos no Luando, quando da emboscada que, horas antes tinha ceifado a vida de 8 camaradas. Noite em que  voltamos a estar de acordo, em como a maior perda na vida, é o que deixamos  morrer  dentro de nós; noite avançada, e essa perda estava lá, teimando em instalar-se, e sem o dizer, tentamos fazer da resignação força.  
E, com outros camaradas, fomos afogando as mágoas, até de manhã.
As palavras nunca poderão exprimir completamente um pensamento, e desta vez tu, Domingos Cruz, és o culpado. Acredito.
Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada
(Fernando Pessoa)
(da esqª p/ a dirª) Valério, Torres, Azevedo, Gonçalves e Cruz

Azevedo

2012-05-09

M10 - Grifo

2012-05-07


 M9 - Guerra - Paz
O pressuposto em que assenta o livro de Slavoj Zizek, “Viver no Fim dos Tempos”, é (e cito pg12): “ o sistema capitalista global aproxima-se de um ponto-zero apocaliptico. Os nossos “quatro cavaleiros do Apocalipse” são, respectivamente, a crise ecológica, as consequências da revolução bioenergéticas, os desiquilibrios internos do próprio sistema (problemas suscitados pela propriedade intelectual, os conflitos vindouros em torno das matérias primas , dos recursos alimentares e da água) e o aumento explosivo das divisões e exclusão sociais”.
Ultrapassado, este ponto zero, podemos começar a entender a crise como uma opoortunidade para um novo começo

Aqui, hoje e para já, “somos a memória que temos, e essa é a história que contamos” (Saramago)

Para a Nação dos Veteranos, começa a ser premente partilhar esta memória,.
Trago na minha, desde o Natal de 2011, o registo do final da negociação, na FNAC, entre dois jovens, com a decisão de comprar a caixa de DVDs, com o titulo de Guerra, do Ultramar/Colonial/de Libertação, de J.Furtado; disse um deles: “vai esta caixa, porque, também lá em casa, ninguém fala e isto vai dar para ficar a saber umas coisas”.
Isto reflete que algures, há uma memória não partilhada.
Por isso, leio respeitosamente o site do Luis Graça & camaradas da Guiné, indubitavelmente o maior repositório de “ narrativas, histórias, estórias, documentos, relatórios, fotos, vídeos … relacionados com a nossa vivência comum, a guerra, de que fomos actores e vítimas, protagonistas e testemunhas”, como se afirma na declaração editorial de principios

Ontem, reli vezes sem conta o post 9855, até me encontrar com o titulo deste escrito. Não terá sido por acaso. O binómio Guerra-Paz figura no titulo do épico de Tolstoi : Guerra e Paz (1869)
Mas há mais, no que me fez a chamada ao titulo: Tolstoi repudiava todos os que fingiam que a história era produto de grandes homens e das suas decisões. Nas descrições que fez, a vida real era, é demasiado complexa e acidental, para ser controlada pelos que estão no topo; os que estão na base da piramede, é que fazem a história, mesmo que não tenham disso consciência.
Perdoem-me a extensão da prosa, mas não posso deixar de o fazer, para relevar o conteudo do já referido post 9855

O que se transcreve, é sublime; e,sorte a do camarada José Teixeira.

Leiam então, por favor, o que respiguei do Post 9855 no blog de Luis Graça & camaradas da Guiné: [http://www.blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/] 

O nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70) reencaminhou-nos esta mensagem do seu filho
Tiago, médico, que está na Guiné-Bissau em missão humanitária a trabalhar no Hospital de Cumura:

"Eras meu camarada, que é uma palavra que só quem esteve na guerra compreende inteiramente o sentido: não é bem irmão, não é bem amigo, não é bem companheiro, não é bem cúmplice, é uma mistura de tudo isto com raiva e esperança e desespero e medo e alegria e revolta e coragem e indignação e espanto, é uma mistura de tudo isto com lágrimas escondidas" in “Quarto Livro de Crónicas” de António Lobo Antunes

Hoje de tarde fui ao cemitério de Bissau, onde estão sepultados camaradas de armas do meu pai, do tempo da guerra colonial...
Conheço todas as histórias das granadas que rebentaram com a vida daqueles jovens, e dos estilhaços que ainda hoje continuam nos seus corações... tudo isto a preto e branco, num álbum de memorias que em família desfolhávamos amiúde...
Não sei bem explicar porque sinto que isto é um regresso... Na verdade, nunca cá estive. Acho que é um regresso em nome do meu pai, da sua fidelidade a esta terra e a esta gente, que o marcaram para a vida, que me marcaram para a vida... Como se um linha filial marcasse estes quarenta anos de tempo, e que o meu regresso fosse o cumprir de uma tal promessa de fidelidade...
Ass.”

azevedo

2012-05-05

M8 - Somos a memória que temos
“Contamos histórias, pois claro. Contamos a nossa propria história, não a da vida, não a biográfica, mas essa outra que, em nosso próprio nome, dificilmente teriamos a  coragem de contar, não por dela nos envergonharmos, mas porque o que há de grande no ser humano é grande de mais para caber em palavras, e aquilo em que somos geralmente pequenos e mesquinhos é a tal ponto quotidiano e comum que não levaria qualquer novidade a esse outro grande e pequeno que é o leitor. Talvez por tudo isto alguns autores entre os quais me incluo, favoreçam, nas histórias que contam, não a história dos que vivem e vêem viver, mas a história da sua própria memória. Somos a memória que temos, e essa é a história que contamos”.

José Saramago

2012-05-04

M7 - Presentes
"A música é capaz de reproduzir, de forma real, a dor que dilacera a alma e o sorriso que inebria."
(Ludwig van Beethoven)
Il Silencio - adapt Nino Rossi – int Melissa Venessa – orq J Strauss – dir Andre Rieu 
Praça Vrijthof, Maastricht, em 6jul2008 

Azevedo

2012-05-03

M6 - Convívios 2012

2012-05-02

M5 - Convivio 2012 da C.Art. 3540




Convívio 2012 da C.Art. 3539







M4 - Cpts


Um grande abraço para todos os ex.camaradas de armas do BART 3881
  
Agostinho Fernandes
Ex,Fur.Mil.Op.Especiais Cart. 3538
Telem. ( 00 351 96 271 90 23 )

2012-05-01

M3 - Convívio 2012 da C.Art. 3538